Resenha do artigo A Arte (En) Cenas: Humanização e Loucura

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Boa tarde, sou acadêmica do curso de Psicologia, da Fisma- Faculdade Integrada de Santa Maria.

Na disciplina de Introdução à Psicologia da Saúde foi proposto escolher um artigo do Caderno humanizaSUS/ volume 5/ saúde mental e apresentar uma resenha do mesmo, eu escolhi o artigo: Arte (En) Cenas: Humanização e Loucura, dos autores: César Gustavo Moraes Ramos, Irenides Teixeira, Jonatha Rospide Nunes, Mardõnio Parente de Menezes e Victor Meneses de Melo. Optei por este artigo, dentre tantos outros, pois me chamou a atenção a ideia do portal e acredito que ele possa trazer novos pensamentos a respeito da loucura.

O ponto principal do artigo é relatar o projeto “(En)Cena: saúde mental em movimento”, o qual é um local disponível na web que expõe os trabalhos artísticos relacionados ao assunto loucura, serve também para incentivar, pois há muitas atividades nesse sentido que não são publicadas.

“Dizendo de maneira mais direta, as experiências gestadas em serviços, na rede de atendimento em saúde, compõem um instrumento necessário para a mudança do modelo de atenção à saúde e, se não se transformam em cultura e conhecimento, perdem parte do potencial que possuem em produzir novas práticas.” (RAMOS, TEIXEIRA, NUNES, MENEZES e MELO, 2015, p. 373)

O (En)Cena proporciona um ambiente interessante , considerando a grande importância de transformar sua própria experiência com a loucura em arte, seja através de anotações, imagens, sonoros.

Segue um trecho do artigo que demonstra as 9 seções de produção do (En) Cena: Cenas (seção com publicação de trabalhos imagéticos produzidos por acadêmicos, artistas e profissionais e usuários dos serviços de saúde, podendo ou não tais produções serem produtos de oficinas terapêuticas); Desterritorialize-se (seção destinada a textos de pessoas convidadas a produzir trabalhos sobre temas variados, não ligados a seus campos de conhecimento e que tragam a saúde mental como eixo transversal.); Em Cartaz (espaço destinado a resenhas, críticas e reflexões a respeito de obras – tais como: livros, filmes, exposições etc. – e eventos atuais que sejam relevantes para o tema da saúde mental); Entrevistas (seção destinada à divulgação de entrevistas feitas com pesquisadores, autores, gestores e especialistas em saúde, assim como as realizadas com usuários, familiares de usuários e profissionais de serviços de saúde mental, que digam respeito ao tema de interesse do portal); Escritos (espaço que visa à publicação de narrativas que se deixam moldar em poesias, contos, crônicas, romances e narrativas); Insight (local reservado para textos teóricos, reflexões, críticas e comentários, de autoria da equipe do portal ou não, sobre temas contemporâneos que tragam a saúde mental como eixo transversal); Personagens (ambiente destinado a histórias de personagens, reais ou fictícios, pessoas ou instituições, que têm suas vidas e trajetórias relacionadas de alguma forma à saúde mental ou à loucura); Roteiros (seção onde se pode divulgar relatos de experiências ocorridas em serviços de saúde que, embora fujam do formato acadêmico tradicional, impõem-se por sua necessidade e por sua importância na produção do conhecimento relacionado à área); Trilhas (uma espécie de sarau musical sobre o passado, o presente e o “proto-futuro” da produção discursiva em Saúde Mental e onde se publicam fragmentos de sonoplastia textual datados, mas com reverberação atemporal, e interpretados-dublados sob a estética da peça radiofônica).
O artigo menciona as expressões “Loucura” e “produto” e expõe definições. “Produto” refere-se a registros escritos, sonoros e imagéticos, que levam dentro de si discursos, presumem memórias de criação e também uma apresentação de conceitos. Os autores citam a música, o livro, o artigo científico como exemplos de produto. Pressupõe-se que quando pronunciamos “loucura”, nos referimos a processos e não resultado. Tendo em vista ser um processo indefinido que queremos racionalizar, mas que sua especifidade de indefinição é essencial.
O (En)Cena pretente oportunizar relações e dar evidência ás comunicações, principalmente dos profissionais que trabalham nos serviços, os que estão em contato com a loucura. “A Reforma Psiquiátrica tem se preocupado em criar novas formas de lidar com a loucura. Nesse sentido, tem apostado na modificação daquilo que se vê; o que se vê, ao olhar-se para o sofrimento mental, não é um conjunto de sintomas, mas, antes, um processo de vida.” (RAMOS, TEIXEIRA, NUNES, MENEZES e MELO, 2015, p. 379)
Devemos entender o quanto é relevante discutir esse tema e procurar novas formas para lidar com ele, considerando a loucura como um processo de vida e presumindo que há muito o que dito, visto e debatido.
Acredito ser de grande relevância o (En) cena, levando em conta o auxílio que ele oferece para nos questionarmos a respeito da loucura, tratamento, entendermos as experiências das pessoas que sofrem psiquicamente e a partir disso ampliarmos nossa visão.