Infecção hospitalar é a quarta maior causa de mortes no mundo, alerta OMS

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Recomendações simples, como a higienização das mãos, podem reduzir cerca de 70% o risco de contaminação. No Brasil, a taxa de contágio é de 15%, segundo o Ministério da Saúde – mais alta do que em países da Europa e nos EUA, onde o nível chega a 10%

 

Quem precisa passar por algum procedimento hospitalar, principalmente na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), teme os riscos de infecções, causadas por fungos, bactérias ou vírus. Segundo a Associação Nacional de Biossegurança (ANBio), o problema é responsável por mais de 100 mil mortes no Brasil todos os anos, e preocupa os hospitais da rede pública e privada no país. Mas, atitudes simples, como a correta higienização das mãos, por exemplo, podem contribuir para uma redução de até 70% de riscos de contaminação, como explica o médico infectologista e chefe da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar, Dr. Werciley Júnior.

 

“As mãos são o principal vetor de transmissão de bactérias e outros micro-organismos, seja no cuidado prestado pelo profissional de saúde ou no contato com outras pessoas, durante as visitas”, afirma. Segundo o especialista, manter as mãos sempre limpas é fundamental, pois, em 24 horas, um paciente da UTI tem contato com pelo menos 15 pessoas, entre médicos, enfermeiros, técnicos, auxiliares e visitantes. “Se uma delas falhar na higienização das mãos, o paciente poderá ficar exposto à contaminação por agentes que causam infecções”, alerta Werciley.

 

Quanto maior o tempo de permanência nas unidades de saúde, maiores serão as chances de riscos de contaminação, principalmente em hospitais que tratam de doenças crônicas. As infecções mais comuns, geralmente, são a urinária e a do trato respiratório, ocorrendo, geralmente, após as cirurgias. Para combater estes problemas, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) criou protocolos de prevenção e controle para os hospitais brasileiros. Além de segui-los com bastante rigor, o Hospital Santa Lúcia também cria, constantemente, campanhas de conscientização para seu corpo médico e visitantes, com o objetivo de alertá-los sobre cuidados com a infecção hospitalar.

 

Elevar a cabeceira da cama e estimular o paciente a andar, por exemplo, podem auxiliar na prevenção de alguns riscos de contaminação. “Se não diagnosticada, a infecção hospitalar pode evoluir para uma infecção generalizada, como também é chamada a Sepse – reação inflamatória do organismo infectado”, explica o chefe de Infecção Hospitalar.

 

Saiba mais – Pesquisa do Instituto Latino-Americano de Sepse (ILAS) aponta que, em algumas regiões brasileiras, o índice de mortalidade por Sepse pode chegar a 70%. Estima-se que 400 mil novos casos são diagnosticados por ano e 240 mil pessoas morrem, anualmente, nas UTIs brasileiras após terem seus quadros de infecção agravados. Ainda segundo o instituto, a cada segundo no mundo um paciente morre por sepse: são 30 milhões de pessoas acometidas a cada ano no planeta, com mais de seis milhões de casos neonatal e na primeira infância, e mais de 100 mil casos de sepse materna. Atualmente, a sepse é a principal causa de mortes nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), chegando a fazer mais vítimas do que o infarto do miocárdio e alguns tipos de câncer.

 

O Ministério da Saúde estima que a taxa de infecção hospitalar no Brasil é de 15%. Nos países da Europa e nos Estados Unidos, o índice chega a 10%.