Aleitamento materno reduz riscos de morte em até 13%

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A recomendação é que todo bebê de zero a seis meses de vida seja alimentado somente por leite materno, segundo a OMS. Pediatra explica quais os benefícios da amamentação para o desenvolvimento saudável da criança  

 

Brasília, 1º de agosto de 2016 – Dia 1º de agosto, nações de todo o mundo comemoram o Dia Mundial da Amamentação, criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) com o objetivo de alertar sobre a importância do aleitamento materno exclusivo para o desenvolvimento saudável dos bebês. A cada ano, mais de 10 milhões de crianças com menos de cinco anos morrem em todo o planeta por doenças que poderiam ser prevenidas com a amamentação materna, de acordo com estudo da OMS.

 

No Brasil, o Ministério da Saúde indica um crescimento no tempo da amamentação, que em 1999 era de 296 dias, para 342 (cerca de 11 meses) em 2009. A Aliança Mundial para Ações de Aleitamento Materno, a WABA (sigla em inglês para World Alliance for Breastfeeding Action), alerta ainda que a amamentação exclusiva pode diminuir o risco de morte em até 13%, pois a criança recebe anticorpos e outras células que compõem o sistema imune, barrando assim, a entrada de microorganismos nos tecidos do corpo. Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), do total de mortes de bebês brasileiros com menos de um ano de idade, 69,3% ocorrem no período neonatal e 52,6% na primeira semana de vida.

 

A pediatra e supervisora do Banco de Leite do Hospital Santa Lúcia, Fábia Queiroga, ressalta que o leite materno é um alimento completo, rico em ferro, cálcio, fósforo, entre outros nutrientes. Os benefícios estão ligados, diretamente, ao desenvolvimento e à imunização do bebê contra infecções e alergias. “O leite materno também é capaz de nutrir e recuperar recém-nascidos internados em UTIs neonatais, sendo um dos fatores de redução da mortalidade infantil e do desenvolvimento de crianças saudáveis”, aponta.

 

Outros aspectos reforçam a importância desse gesto de amor: “Os laços afetivos são consolidados com a amamentação, além de possibilitar uma recuperação mais rápida da mãe no pós-parto, pois a amamentação acelera o retorno do útero ao tamanho original, auxilia na redução de peso da lactante e na prevenção dos cânceres de mama e colo do útero”, explica a pediatra.

 

Uma pesquisa realizada pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), revela que entre as décadas de 1990 e 2000, o aleitamento materno exclusivo até o sexto mês, no Brasil, subiu de 25,7% para 45%. Segundo a pediatra Fábia, a indicação é que a mãe alimente seu bebê com o leite materno até os dois anos de idade, introduzindo a dieta sólida aos poucos, sem retirar por completo o leite humano.

 

Bancos de Leite precisam de doações: O leite materno é um alimento completo para o bebê, pois contém vitaminas, minerais, gorduras, açúcares e proteínas necessárias para o seu desenvolvimento, além de possuir anticorpos contra infecções. Essa importância aumenta nos recém-nascidos prematuros, pois suas defesas são frágeis e dependem dos benefícios do leite humano, sendo parte importante para o tratamento na unidade de terapia intensiva (UTI).

 

O Hospital Santa Lúcia foi uma das primeiras instituições privadas do país a criar o Banco de Leite, para incentivar mães que possam doar o leite materno para a unidade de terapia intensiva neonatal (UTIN) do hospital. “Cerca de 30% das mães produzem mais leite que o seu bebê precisa. Quanto mais ordenha, mais produz. O banco de leite orienta sobre como a coleta deve ser realizada em casa, com segurança”, explica a supervisora do Banco de Leite do Hospital Santa Lúcia, Fábia Queiroga.

 

Para doar, a mãe deve estar amamentando, não ser tabagista, e ter seus exames de pré-natal (sorologias) compatíveis com a doação do leite. A doadora pode entrar em contato com o banco de leite da instituição pelo telefone (61) 3445-0319, das 7h às 19h, e o hospital envia o kit para a residência da mãe, contendo máscara, gorro, etiquetas e pote esterilizado. O leite pode ser conservado no congelador por até 15 dias. O Hospital Santa Lúcia realiza a coleta na casa da doadora.