E afinal, o compromisso é de quem:

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    É fato que viimages.jpgvemos em um país onde a saúde pública passa por inúmeras dificuldades, precariedades e desdém. Após mais de quinze anos de implantação o Sistema Único de Saúde – SUS ainda sofre com problemas como acesso, financiamento, descentralização, participação popular, iniquidade do sistema em relação as demandas regionais, ofertas de serviços e insumos, além da gestão e formação para o trabalho em saúde. Culpamos a má administração, o governo, a falta de recursos, o descaso profissional…E de fato, não estou aqui para dar mérito ou criticar alguém, mas um fato me fez repensar e abrir os olhos para algo que é extremamente simples, chega a ser clichê, mas fundamentalmente essencial: a participação do "nós", como cidadãos, nesse entrave.

    Sou acadêmica do curso de Psicologia da Faculdade Integrada de Santa Maria – FISMA e em uma de nossas aulas no decorrer deste semestre, mais precisamente a aula de Introdução à Psicologia da Saúde, estudamos e debatemos sobre a Lei n. 8080 do SUS e logo, nas disposições gerais da Lei, já chego ao ponto que quero discutir, ou, ao menos, colocar minha opinião, onde está escrito no inciso II:   "…o dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, das empresas e da sociedade".

    Muitos já devem ter ouvido a frase: " Saúde no Brasil, direito de todos e dever do Estado", não discordo, mas será utópico demais acreditar que cada um fazendo sua parte, dando sua contribuição, teremos uma saúde pública com mais qualidade e excelência. Talvez, mas aqui fica, ao mínimo, uma sugestão: começar por nós mesmos, pela nossa família, nosso bairro, é, com certeza, um ótimo caminho. Também não podemos deixar de lado a participação do profissional psicólogo, o qual também me tornarei futuramente. Se pensarmos a atenção à saúde a partir da perspectiva transdisciplinar, de junção de forças para a busca de um ideal de universalidade e integralidade da atenção à saúde, temos, sem dúvida, de repensar no lugar da Psicologia nesse novo enquadre, rever talvez a formação de profissionais que se tornem aptos para não apenas trabalharem na psicologia clínica, mas nesse caso principalmente na grupal, no coletivo.

    Ao ler um artigo sobre o tema aqui debatido, o autor ,mesmo contra muitas leis e atitudes governamentais, mostra acreditar na participação individual nessa luta: " A luta pela garantia do direito à saúde é contínua. Existem inimigos internos e externos. A única atitude não permitida é desanimar. Cada vez que se usurpa mais, maior deve ser nossa garra para lutar mais e garantir mais recurso, mais eficiência  compromisso social" ( Gilson Carvalho, 2001).

    Bom pessoal da RHS, aqui fica minha humilde publicação e o desejo sincero de mudanças…pequenas mudanças, mas com grandes efeitos.

 

 

 

Referências bibliográficas:

BRASIL, Ministério da Saúde. Lei n. 8080, de 19 de setembro de 1990. Brasília-DF.

Bevenides, R e Passos, E. (2005). Humanização na saúde: um novo modismo. Interface, 9(17), 389-394

Carvalho, G. (2001). A inconstitucional administração pós-constitucional do SUS através de normas operacionais, Ciência e Saúde Coletiva, 435-444. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/csc/v6n2/7013.pdf

 

 

 

"A persistência é o menor caminho do êxito".

Charles Chaplim

Grata pelo espaço,

Taís Lesniac- Acadêmica do 4 semestre Psicologia, Faculdade Integrada de Santa Maria – FISMA