Por uma Clínica do Território

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  Temos nos debatido já faz algum tempo na busca incessante pela definição e, o que é mais importante, execução da chamada “Clínica Psicossocial”, em específico nas ações de atenção em Saúde Mental, que já nos seus primórdios, quando da Luta Antimanicomial, clamava por uma “Clínica Ampliada”.
  Entende-se aqui a “Clínica Ampliada” como sendo essencialmente uma “Clínica da Singularidade” e, assim sendo, uma “Clínica do Território”, da compreensão e da apreensão do espaço geográfico e psicológico dos sujeitos, entendido a partir do seu conjunto de inter-relações.
  No município de Jaraguá do Sul, em Santa Catarina, estamos elencando esforços e avanços importantes na construção dessa “Nova Clínica”, sustentada essencialmente em ações de Apoio Matricial intra e intersetoriais, que envolvem de forma descentralizada e ativa, toda a equipe de saúde mental, inserida em três serviços.
  A discussão atual esbarra nas novas demandas surgidas pelas equipes de saúde, que ou emergiram nas ações de Apoio Matricial ou foram afloradas pela ampliação do olhar sobre o território, em específico o espaço da Atenção Básica em Saúde. O desafio está sendo em como apropriar de forma mais efetiva, ao mesmo tempo singular, esse “Território”, entendido aqui a partir da importante conceituação de Milton Santos, que dizia que tal espaço deveria ser entendido enquanto forma, processo, função e estrutura. Somente assim poderemos dizes que a tal “Desinstitucionalização” ocorrera de fato.
  Assim sendo, temos o desafio está na construção de uma atenção de contemple a interlocução intersetorial proposta pelo Apoio Matricial, centrada numa matriz de Educação Integral em Saúde, no sentido da Educação Emancipatória de Paulo Freire, quem sabe aliada a um processo de Supervisão Clínico-Intitucional ou, de forma mais simples, Supervisão de Redes Territoriais. O que acham? Como podemos avançar?